Apesar do nome, estes camafeus são uma beleza! E chegam diretamente da minha terra mãe: os Açores!
Uma joia de doces! Assim são os camafeus, preparados na ilha Terceira. E não julgue que a primeira frase deste texto é apenas um jogo de palavras da minha parte. Surpreenda-se: esta sobremesa pequena, delicada e deliciosa assemelha-se aos antigos acessórios, de pedra cinzelada, que as senhoras nobres usavam ao peito, com um formato oval e a representação de um rosto feminino. Entre os séculos XV e XIX, essas joias enfeitavam blusas e vestidos, além de serem penduradas ao pescoço, através de uma fita. Daí o nome curioso desta maravilha em forma de sobremesa!
Os camafeus fazem parte de um tipo muito nobre de doces: os doces que são finos. Ou seja, pertencem àquelas iguarias que são preparadas conforme as tradicionais receitas trazidas pelas famílias portuguesas. Eram doces que contavam com ingredientes caros ou raros, daí serem servidos apenas em festas de alta sociedade. No fundo, os camafeus são uma daquelas sobremesas que nos remetem ao glamour, à riqueza e à prosperidade.
Ah, e um especial (e apetitoso) aviso aos gulosos que são fãs de nozes: estes camafeus são a vossa alma gémea gastronómica, porque contam com um sabor intenso desse fruto seco!
Geralmente, os camafeus são servidos em casamentos. Mas os apaixonados pelo lado mais doce da vida – e da culinária – não vão ser capazes de aguardar pelas ocasiões especiais para saborear esta rica receita!
É como eu? Não resiste a um bom doce, especialmente quando se trata de uma receita típica? Então, encontre esta e outras receitas no meu recente Livro “Receitas dos Açores”. Adquira já o seu exemplar aqui!