Quem é que já está cheio de “pica” para ir ao Sol da Caparica?

Não é de admirar que o nosso país seja cada vez mais conhecido, no verão, como “o país dos festivais“. A verdade é que, mal chegam os meses quentes, é só ver (e ouvir) de norte a sul do país os mais variados festivais, para os mais diferentes gostos musicais! Desde música brasileira a jazz… E todos partilham uma qualidade de grande importância: contam com um enorme bom gosto! É o caso, também, do festival Sol da Caparica!

A destacar, antes de mais, uma homenagem a Cesária Évora, pela primeira vez em Portugal. Sendo considerada como um grandes tesouros da música de Cabo Verde, a memória de Cesária Évora merecerá atenção por parte de um conjunto especial de vozes: Elida Almeida, Lura, Lucibela, Nancy Vieira e Teófilo Chantre darão voz aos maiores clássicos da Diva Descalça e traduzirão certamente a “Sôdade” que todos sentimos.

Desaparecida em 2011 aos 70 anos, a Miss Perfumado iniciou a carreira em finais dos anos 50, quando era apenas uma adolescente, mas só atingiu notoriedade internacional em finais da década de 80 quando gravou em Paris o álbum La Diva aux pieds nus, álbum de temas como “Destino Negro”. Miss Perfumado, de 1992, ofereceu ao mundo esse monumento chamado “Sôdade” e nunca mais nada foi igual: aplausos internacionais, prémios e reconhecimento alargado fizeram de Cesária símbolo maior de um país.

É exactamente esse símbolo que se vai evocar neste concerto repleto de grandes emoções, grandes vozes, grandes músicos e, claro canções eternas que conquistaram um justo lugar na memória de todos. Um espectáculo especial e imperdível!

O rock serve para unir gerações, para construir hinos, para definir épocas, mas também para rasgar convenções, para desbravar novos caminhos, para contestar o que merece ser contestado.

Foi assim nos alvores do punk. Os UHF surgiram em Almada em 1978, estão este ano a celebrar quatro décadas ligados à corrente e têm um disco novo cheio de grandes hinos contestatários ou puramente poéticos de Zeca Afonso.
Ao festival O Sol da Caparica, António Manuel Ribeiro e companhia levarão a bagagem dessas quatro décadas, os hinos que se estendem de “Cavalos de Corrida” a “A Minha Geração”. Um concerto obrigatório!

Os Peste & Sida foram uma das bandas que surgiu na segunda geração punk nacional, na esteira de grupos como os Xutos e os próprios UHF. A banda de Veneno foi também responsável pelo verdadeiro hino geracional que meteu um país a cantar “aqui vou eu para a Costa”, a canção que deu nome ao nosso festival. A banda que já assinalou 3 décadas de agitada história promete levar a O Sol da Caparica o espetáculo de uma vida, com grande parte dos músicos que pautaram a sua história e todos os hinos prontos a serem cantados a uma voz.

Paus são um dos projetos responsáveis pelas constantes lufadas de ar fresco à “cena portuguesa”. Em 2018 trazem o mais recente disco conceptual, “Madeira”, a O Sol da Caparica. Têm vindo a presentear o solo nacional com performances estonteantes, uma das grandes características apontadas a este magnífico quarteto.

Um dos casos sérios do indie rock em portugal e com uma vasta legião de seguidores que não pára de crescer a cada palco que pisam, Linda Martini vão estar neste festival a todo o gás! Novo álbum a caminho e certamente novo reportório a apresentar n´O Sol da Caparica, dia 16 de Agosto.

Ainda do lado mais “canhoto” do rock nacional podemos esperar outra presença especial no cartaz d’O Sol da Caparica.

Frankie Chavez subirá ao palco para um concerto em que irá estar rodeado de uma série de outros importantes guitarristas. Juntos, estes grandes músicos prometem celebrar o lado mais elétrico do nosso rock, com grandes diálogos feitos com seis cordas, muita arte e grandes canções.

Finalmente, destaque para a presença na programação do anfiteatro do projecto de Pedro Carneiro.

Acompanhado por Alexandre Frazão na bateria e Jeffery Davis no vibrafone, Pedro Carneiro traz também a sua marimba ao Anfiteatro d’O Sol da Caparica para uma série de apresentações especiais que se focarão numa outra ideia dos sons de percussão.

Pedro Carneiro é um músico, chefe de orquestra, compositor e solista de renome internacional e nas suas viagens pelo mundo já se apresentou como solista convidado perante formações tão prestigiadas como a Los Angeles Philharmonic ou a Seattle Symphony Orchestra. Em Portugal, é fundador da Orquestra de Câmara Portuguesa e da Jovem Orquestra e a sua actividade, artística e de dinamização cultural, já foi várias vezes premiada.

Acompanhado por duas verdadeiras “feras” – o brasileiro Alexandre Frazão que há mais de 30 anos é um dos mais requisitados e aplaudidos bateristas portugueses e o canadiano Jeffery Davis, que também já reside no nosso país desde 1985 – Pedro Carneiro assinará concertos especiais, envolventes que prometem transportar todos os que passarem pelo Anfiteatro para mundos exóticos feitos de sons hipnóticos e de ritmos irresistíveis. Tanto para os pés como para a cabeça!