Ontem comemorou-se o Halloween, uma tradição “importada” (mas não pouco importante) que antecede o Dia de Todos os Santos. Em Portugal, o dia 1 de novembro é também conhecido como Dia do Pão por Deus.
Sabe como é que tudo começou? Foi já há muito tempo atrás, em Lisboa, em 1756. Passava-se um ano desde que tinha acontecido o terramoto que destruiu Lisboa e a vida de milhares de pessoas. No ano seguinte, de forma espontânea, surgiram peditórios para tentar melhorar a situação de muitas famílias que ficaram ainda mais pobres devido ao terramoto. Assim, as pessoas batiam de porta em porta, pedindo qualquer esmola, mesmo que fosse pão, surgindo, desta forma, a expressão “Pão por Deus”. A situação repetiu-se ao longo dos anos e acabou mesmo por se propagandear pelo resto do País.
Nalgumas zonas de Portugal, esta data é chamada de “Dia dos Bolinhos”, porque é, também, costume oferecerem-se bolos, frutas, nozes, broas, entre outros produtos que acabam por compor esta tradição que ganhou diferentes contornos conforme os locais.
Ao longo do tempo, começaram a surgir “regras”, especialmente a partir dos anos 60, quando só as crianças pediam o “Pão por Deus”, durante a manhã. Com o passar dos anos, especialmente a partir da década de 80, a tradição foi desaparecendo e raras são as crianças no País que andam de porta em porta neste dia.
As novas gerações pouco sabem sobre esta tradição portuguesa que marcou muitas infâncias. É pena. Mas cabe-nos a cada um de nós que a história não morra e que, pelo menos, o “Pão por Deus” seja lembrado por todos e que as novas crianças saibam o que os seus antepassados faziam nesta data. E já agora, porque não transformar este dia numa altura em que se pode, igualmente, destacar a solidariedade de outras maneiras? De algum modo, o simbologia manter-se-ia. Fica a ideia…